meus camaradas...
...wooow!!!
...se tenho alguma ambição na vida, ela se refere à posteridade, (e mais especificamente, não à minha, mas à posteridade em relação aos meus trabalhos) ...e esta está para além de uma simples vontade ou mesmo do mais arraigado desejo, ...é uma ambição mesmo... a de que alguma coisa que eu tenha feito, provoque em alguém algo semelhante ao que provoca em mim a simples visão de certas coisas... mas o "problema" (e também a solução!), nesse caso, é ter plena consciência e saber bem o quanto isso NÃO É FÁCIL!!! ou mais ainda, o quanto é fácil e confortável se iludir e achar que o que se fez "já é suficiente", ...e é ter também plena consciência do tamanho do compromisso, da intensidade da necessidade de expressão, do grau de envolvimento e de dedicação necessários para que, além disso, havendo enorme concentração de esforços, em estudos, em práticas e nos progressos nas mais diversas áreas do conhecimento e do saber, mantendo-se dentro do foco, "desvencilhando-se" de tudo que a vida na sociedade impõe e exige, quase como se a própria função da sociedade fosse a de nos desviar do único caminho que permite que se alcance tal grau (absolutamente necessário!!!) de excelência, que com o auxílio das musas e de algum gênio, 'pode vir'* a fazer (*pois ainda temos de contar com alguma sorte de sorte!) com que se obtenha algum êxito nessa dura empreitada por esta ambição. ... e, sobre algo que possa ser chamado de genialidade ou da presença de gênio, recorro ao "meu mestre" van loon em seu (maravilhoso livro) "the arts" dizendo: "não, o gênio só não basta. (...) minha definição do gênio: a perfeição técnica aliada a alguma coisa mais... alguma coisa indefinível como a graça de deus, mas que qualquer um de nós reconhece logo que a vê ou sente. a natureza dessa 'alguma coisa' é um assunto sobre o qual as opiniões divergem, como variam as circunstâncias; a 'técnica', porém, sempre será a mesma perícia mecânica, a consecução à força de prática incessante d'um domínio dos nervos e dos músculos tão absoluto que se tornou parte do subconsciente. (...) mas a raça humana não progride em fileiras cerradas, mas sim ao acaso, de maneira irregular; e à testa do cortejo há sempre um grupo exíguo de pioneiros animosos, e à retaguarda, uma horda de indolentes. ...e entre os dois (grupos), marcham as filas (dos) que não se preocupam muito com a orientação, desde que haja um rumo e não lhes falte alimento e abrigo. (...e aos "candidatos" dados a certas ambições) (...) Nunca aprenderás vosso oficio, se teimares em ficar só nas alturas. Em todas as artes existe uma enorme quantidade de trabalho medíocre e rotineiro (a ser realizado cotidianamente). E não há meio de encurtar o caminho. Se de fato quiseres aprender a tocar piano, a compor uma sonata, a esculpir uma estátua ou a escrever uma prosa decente, sereis obrigados a fazer e refazer a mesma coisa durante muitas horas, dia a dia, de ano a ano, já que uma vida inteira (na maioria d)as vezes não basta para se atingir a perfeição. E como o gosto é apenas a capacidade de discernir, se aspiras realmente a ser um executante de primeira ordem, deveis ter visto e ouvido tudo que é preciso ver e ouvir. ...e assim se então o Senhor (deus ou acaso) vos houver favorecido, talvez possas afagar a esperança de algum dia se tornar um grande artista. Mas isso significa trabalhar, trabalhar sem descanso; e é uma espécie de trabalho da qual um estivador, operário ou trabalhador de qualquer ofício penoso se desviaria com repugnância. (e além de perscrutar o que fazem seus contemporâneos) parte da tarefa que terás de impor a si mesmo consistirá em olhar e escutar o que fizeram seus antecessores. (e) não há remédio, cumpre passar por isso” ...pois bem, e embora parte dessa tarefa investigativa, desse ‘perscrutare’ o ‘entorno’ em círculos cada vez mais abrangentes, agrupados ou não em categorias e classificações, próprias ou “oficiais” e acadêmicas, possa mesmo tornar-se um tanto penosa e/ou mesmo muito pesada, as vezes acontece, (normalmente por graça e bênção de algum curador ou organizador sensato e bem intencionado), dessa tarefa ser prazerosa, edificante, enriquecedora, instigante e até extremamente inspiradora, como foi o caso dessa minha (ou melhor ainda, nossa, já que estava em companhia da my dear little bird, Tats que obviamente também se deliciou com essa) ida à incrível exposição no C.C.B.B. das “Impressões Originais: A Gravura desde o Séc. XV” ...onde pudemos ver, entre tantas outras coisas, matrizes e estampas originais das quais só temos a oportunidade de “conhecer” e de saber que existem, através dos livros! ...e não há muito como descrever a sensação de poder (‘enfiar a cara’ ou seja:) se estar a alguns centímetros das estampas originais das gravuras do Dürer, Morandi, Rembrandt, Picasso, Callot, Piranesi, Goya... pra citar só os nomes de alguns dos mais criativos transgressores, inventivos e revolucionários gravadores da História da Arte!!! ...afinal, esses 'meus camaradas' são foda!!! WOW, WOW, BRA-VO!!! ...e, claro que, não posso deixar de citar, também, o trio de curadores dessa excelente exposição: Carlos Martins, Valéria Piccoli e Pieter Tjabbes ...pois, além de aos grandes mestres, também a estes, devo ser muitíssimo grato!
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